“UMA LUTA PRIORITÁRIA, FULCRAL E INADIÁVEL”

FPF

Fernando Gomes abriu a Conferência do SAMF

O presidente da FPF, Fernando Gomes, lançou a Conferência Final do Sport Againts Match Fixing que se realizou esta quarta-feira na Cidade do Futebol.

O líder federativo assinalou a importância de que a luta contra a manipulação dos resultados e a defesa da integridade das competições é “prioritária, fulcral e inadiável”.

Eis o discurso na íntegra: 

“Exmos. Sr. Secretário de Estado do Desporto, caro amigo, Pedro Dias,

Distintos convidados e oradores,   

Minhas senhoras e meus senhores,

Gostaria de começar por agradecer a vossa presença na conferência de apresentação das conclusões do projeto SAMF- Sports Against Match-Fixing, criado no âmbito dos programas Erasmus+ e coordenado pela FPF.

Considero absolutamente prioritária, fulcral e inadiável a luta conta a viciação de resultados e a defesa da integridade das competições. Receber na nossa casa uma conferência que junta todas as maiores organizações nacionais e internacionais de desporto e os seus parceiros neste desígnio é um enorme motivo de honra e satisfação para a FPF.

Sinto que a vossa presença é igualmente um sinal de reconhecimento do profícuo trabalho que tem sido realizado na FPF, nomeadamente sob a égide da Rute Soares, nossa diretora de Integridade e Compliance. O trabalho desenvolvido ao longo desta década, de uma forma séria e empenhada envolvendo todos nesta luta que é conjunta a todos os atores do futebol e do desporto, é o fator de orgulho que nos deve motivar a fazer sempre mais e melhor.

Gostaria ainda de deixar mais uma palavra de reconhecimento àqueles que mais diretamente participaram neste trabalho, nomeadamente as federações da Lituânia e Malta, a FIBA, o Panathlon Internacional e a EUNIK. Junto enviámos um claro sinal da importância que este tema tem e deve ter para cada um de nós 

A integridade é um eixo de todas as atividades da FPF e esteve sempre presente nos objetivos definidos ao longo dos nossos mandatos. Estou certo que ter um departamento afeto em exclusivo a estes assuntos e à compliance é uma mais valia para a nossa atividade.   

Não acreditamos em competições sem transparência, verdade e credibilidade.  

Desde 2016, na sequência do maior escândalo de jogos manipulados por casas de apostas em Portugal, iniciámos uma cooperação constante entre FPF e Polícia Judiciária.

A colaboração ímpar com este órgão de investigação criminal foi igualmente instrumental na elaboração e aprovação de uma nova lei – aprovada por unanimidade no parlamento – que facilitou todos os aspetos do combate à batota e falsificação das competições desportivas.

A nova legislação - elogiemos o que tem de ser elogiado - facilitou a obtenção de provas para repressão deste flagelo. Sem esta colaboração da PJ – um parceiro incansável nesta batalha - os nossos desígnios nunca seriam alcançados. Obrigado.

Sublinhando de novo o trabalho conjunto com os grupos parlamentares responsáveis pela elaboração da "lei da transparência", elenco ainda como uma medida essencial levada a cabo, a organização de uma plataforma, no seio da FPF, que facilita e viabiliza a verificação da cadeia de donos dos clubes participantes em competições portuguesas assim como a sua origem. Através destes instrumentos conseguimos verificar quem está no futebol e porque está no futebol.

Outro passo decisivo da FPF passou pela harmonização regulamentar promovida em conjunto com os seus sócios no sentido de garantir que as competições federativas decorram com respeito inflexível pelos valores e princípios éticos; pelo exclusivo respeito pelas leis do jogo e pessoa humana 

Tendo cooperado intensamente com partidos políticos, grupos parlamentares e sociedade civil na elaboração recentemente aprovada "lei da integridade", também promovemos o investimento na organização de milhares de ações de formação junto de todos os clubes e escalões – dos mais jovens aos seniores - e abarcando ainda árbitros, treinadores e dirigentes.

Prevenimo-nos assim contra qualquer manipulação de jogos e apostas pelos próprios participantes e atores desportivos.  

Todo este trabalho teve como corolário a recente integração da FPF na plataforma nacional de combate à manipulação de competições desportivas, um órgão com poderes de tratamento da manipulação de competições e adjacente à própria PJ. Sabemos que estamos mais perto da federação que queremos ser: transparente, isenta, leal e incorruptível.

Os nossos sócios, os nossos parceiros institucionais e comerciais, os nossos adeptos e todos aqueles que gostam de futebol sabem que podem contar connosco. Sabem que para nós o esforço de combate à manipulação de jogos não acaba aqui.

Todos temos o dever de cooperar e prevenir os comportamentos contrários aos valores da verdade, da lealdade e correção e que possam pôr em causa a credibilidade das competições e o trabalho de todos nós.

Os nossos inimigos, os inimigos do futebol, os inimigos do desporto, não vão desistir. Nós, todos os aqui presentes, não cederemos.

Temos muito trabalho pela frente. Mãos à obra!”

 


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