Nadine Kessler quer feminino a crescer à boleia do Europeu

Football Talks

Diretora do Futebol Feminino da UEFA insistiu na necessidade de “fazer crescer o nosso jogo” e recorreu várias vezes ao êxito do recente Europeu para realçar as virtudes da vertente feminina.

“O investimento no Europeu de Inglaterra foi cinco vezes maior do que o do anterior, mas conseguimos bons resultados”, disse a diretora do Futebol Feminino da UEFA, Nadine Kessler, no último painel do primeiro dia da edição 2022 do Football Talks, na Cidade do Futebol, não se cansando de exaltar a “atmosfera fantástica” vivida nos estádios ingleses, que permitiu “bater muitos recordes”.

A alemã, considerada melhor jogadora do Mundo e da Europa em 2014, defendeu que, “se tivermos palco, as pessoas vêm” e, por isso, “há muito mais jogadoras federadas e clubes a venderem e, até, a esgotarem bilhetes para a próxima temporada”.

Kessler congratulou-se pelo facto de haver vários países interessados em acolher o Euro 2025. “Precisamos de outro êxito e de voltar a ter 232 países do Mundo a transmitir os jogos pela televisão”, pediu, alertando que “é preciso ganhar todas as batalhas no futebol feminino, com um esforço conjunto; não é só aplaudir”.

Referindo-se ao futebol feminino em Portugal, Kessler afirmou que “todos percebem que há um crescimento, que resulta de uma abordagem equilibrada. O número de jogadoras duplicou, os clubes têm equipas femininas e também há sucesso nas seleções. O Benfica conseguiu boa participação internacional. Mas não se ganha o Euro de um dia para o outro”, admitiu, considerando que as portuguesas “estão no bom caminho” e enaltecendo a participação da seleção no Europeu, "em condições que não foram fáceis” [em substituição da Rússia].

Nadine Kessler não gosta de comparar o futebol feminino com o masculino, mas fez questão de realçar o “ambiente muito transparente e inclusivo” do feminino. “Não vi cartões vermelhos no Euro. Temos de ter muito orgulho nisso”, realçou, chamando a atenção também para o facto de terem estado 200 mil crianças nas bancadas dos estádios ingleses, muitas delas raparigas: “Inglaterra foi muito inspirador.”

Traçando como objetivo do futebol feminino na Europa “duplicar a base de fãs em dez anos”, Kessler realçou a “impressionante” evolução dos últimos quatro anos e os muitos “sinais de que o investimento no futebol feminino é um investimento com retorno”.

Entrevistada pela antiga jogadora Ana Teixeira, comentadora do Canal 11, e pela internacional Matilde Fidalgo, a quem também fez questão de deixar uma pergunta, Nadine Kessler não se comprometeu com a criação de uma Liga Europa feminina, mas deixou em aberto essa possibilidade. "Estamos a entrar num novo ciclo estratégico, com grandes modificações e queremos levar o futebol feminino mais longe”, concluiu.

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