Selecionador Nacional projetou final da Liga das Nações
Roberto Martínez surgiu na sala de imprensa do Arena Munique logo depois de Cristiano Ronaldo para fazer a sua antevisão da final da Liga das Nações com a Espanha, este domingo, a partir das 20h portuguesas.
O Selecionador Nacional em discurso direto:
- Jogo mais especial da carreira por poder ganhar título frente à Espanha?
“Há um aspeto sentimental, claro, sou espanhol, mas isso é uma conversa para daqui a 10, 15 anos ter com os netos. O foco é ganhar final. A normalidade e trabalhar bem para preparar jogo de uma final que será a quarta na história de Portugal. Por essa responsabilidade, temos que dar o nosso melhor."
- Em relação ao jogo:
“Diria que o foco é o que podemos fazer. Se o nosso desempenho for o mesmo do que tivemos na meia-final, acredito muito no que podemos fazer. O adversário é grande, campeão da Europa e da Liga das Nações, mas não é um jogo para o aspeto técnico e tático, é para mostrar a resiliência que mostrámos contra a Alemanha. Acho que estamos preparados para ganhar a final. Antes da meia-final tínhamos que ganhar confiança para jogar contra uma equipa que tinha muito bom número de vitórias em casa, fazer isso em frente aos seus adeptos depois de 25 anos sem os vencer e de sofrer o primeiro golo… Se amanhã usarmos a mesma entrega e luta e resiliência, estamos preparados para ganhar a final."
-Só os troféus é que devem avaliar o trabalho do selecionador?
“Faz sentido. No futebol estamos para ganhar e um aspeto par avaliar isso são os troféus. O outro é o ranking, a Bélgica ficou quatro anos no primeiro lugar. Chegar ao último terço, gerir o grupo, número de oportunidades, há muitos aspetos em que um selecionador pode ser avaliado. Tenho muito orgulho de ser o terceiro selecionador de Portugal a preparar uma final e vou dar tudo para os adeptos ficarem muito contentes depois do jogo."
- Vitinha, Nelson Semedo e Francisco Conceição vão jogar de início?
"O onze inicial fez um jogo fantástico, de controlo e depois os três que entraram deram o que queríamos: chegar mais ao último terço, controlar mais o jogo da Alemanha. Fizemos um jogo bom do minuto zero ao último, mas diferente. Chegar mais à baliza na segunda parte era o objetivo e é isso que trabalhamos, ter jogadores com valências diferentes, criar ligações durante o jogo. A Espanha não é a Alemanha, tem pormenores de melhor equipa do Mundo mas não há equipas perfeitas. Vamos defrontar uma equipa que é campeã da Europa, ganhou a Liga das Nações, com um selecionador que criou um ambiente de clube. Não vejo aspetos negativos, vejo que no futebol todas as equipas têm pontos fortes e fracos."
- Plano anti-Yamal?
"O Lamine é um jogador estrelar que tem um nível de exigência na seleção e no clube. É único. Sobre tentar pará-lo, seria um erro pensar que a seleção espanhola só o tem a ele. Temos que defender bem e, no um contra um, fazer o que pudermos."

- A Bola de Ouro:
“Sou da opinião que os prémios individuais são injustos. Acredito que os jogadores da equipa vencedora [da Liga dos Campeões] devia vencer o troféu, por isso, o Vitinha e o Fabian Ruiz deviam ter essa oportunidade. Mas depende do que cada um gosta. Para mim, que tenho oportunidade de trabalhar com o Vitinha, é um jogador fora de série. Se não ganhar agora, vai ter mais oportunidades para na carreira."
- Este Portugal-Espanha podia ser a final do Mundial?
"Quando olhas para a Liga das Nações, o seu formato, falamos das melhores seleções da Europa. Os jogos são tão difíceis que te ajudam a melhorar e a preparar o Mundial. Nas seleções não tens muito tempo para trabalhar com os jogadores. Para nós, desde que cheguei o objetivo é ganhar o Mundial de 2026. Esta final faz parte desse processo."
- Há ansiedade?
"Não. Temos a oportunidade de fazer história, ansiedade é quando se pode perder, estamos onde queremos estar. Esta competição é muito exigente. O espírito no hotel é muito bom, agora temos mais um membro na família, parabéns para o Gonçalo Ramos e para a Margarida, que receberam o Bernardo. Estamos muito bem."
- Portugal vai ser diferente?
"Amanhã Portugal não vai mudar nada do que é para ganhar a final porque acreditamos nos nossos conceitos e no que podemos fazer. Falamos da Espanha que tem jogadores com capacidade de manter a bola, ataca rápido, temos de defender bem. Mas a chave para Portugal ganhar é que temos de ser perfeitos no que somos bons. E não mudar a nossa ideia e dar a bola a Espanha porque isso seria um erro."
- Os elogios de Cristiano ao selecionador:
"Acho que o capitão quer jogar amanhã... Estou a brincar. O Cristiano joga a sua quarta final pela Seleção, é um exemplo, adoro a sua fome. Ganhou tudo e no dia a seguir começa do zero. Para Mora, João Neves, Quenda, poderem trabalhar com o Cristiano, é uma prenda. Espero que amanhã seja uma memória boa para as nossas carreiras. O trabalho da equipa é o que acontece no balneário, temos de ajudar os jogadores para defrontar os adversários da melhor forma possível e em dois anos e meio o nosso trabalho foi mútuo. O balneário é unido, solidário, gosta de vestir a camisola de Portugal e amanhã vamos dar tudo para o povo português seja muito feliz."