FPF deixa racismo fora de jogo

Responsabilidade Social

Domingo é Dia Internacional de Luta contra a Discriminação Racial. Saiba o que a FPF vai fazer nessa data especial.

Este domingo, 21 de março, celebra-se o Dia Internacional de Luta contra a Discriminação Racial e são muitas as iniciativas preparadas pela Federação Portuguesa de Futebol para assinalar essa data especial.

Todas entroncam na parceria que a FPF fechou com o movimento 'Black Lives Matter in Football', que é dinamizado em Portugal pela Associação Plano i (de Matosinhos) e co-financiado pela FARE Network, principal ONG europeia de combate à desigualdade e discriminação no futebol.

A FPF esteve, está e estará sempre empenhada em identificar, combater e erradicar comportamentos racistas e intolerantes no futebol português, na certeza de que só com um esforço conjunto, com entidades governamentais e não governamentais, clubes, associações de classe e outros parceiros, poderá ter êxito nessa missão.

Ações de sensibilização nas provas da FPF

A luta contra o racismo será visível nas competições organizadas pela FPF no dia 21 de março - Liga BPI, Liga Placard e Campeonato de Portugal. Estão previstas ações de sensibilização em relvados e quadras de norte a sul do país, com a participação de equipas, árbitros e delegados aos jogos. Em concreto, será feita uma homenagem simbólica ao movimento 'Black Lives Matter', com os jogadores a ajoelharem antes do apito inicial.

Internacionais portugueses contra o racismo 

No domingo, os feeds do Instagram e do Facebook de jogadores e jogadoras das Seleções Nacionais vão encher-se de imagens e mensagens de apoio ao movimento Black Lives Matter in Football. O mesmo acontecerá com as plataformas de conteúdos da FPF e as páginas dos Selecionadores de futebol e futsal, masculinos e femininos. O mote que irão usar? #RacismOut.

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Canal 11 com programação especial

O Canal 11, operado pela Federação Portuguesa de Futebol, alterou a sua programação para privilegiar, no dia 21 de março, conteúdos que celebrem a diversidade e a inclusão, e que condenem todos os tipos de discriminação racial no futebol.

Além de transmitir em direto dois jogos da Liga BPI (SC Braga-Marítimo e Famalicão-Sporting) e um da Liga Placard (Sporting CP-Portimonense), onde haverá tributos ao movimento Black Lives Matter in Football, o canal passará reportagens especiais alusivas ao tema do racismo.

Fernando Gomes na apresentação pública de site e estudo pioneiro

No domingo, pelas 18h15, vai ser apresentado oficialmente, via Facebook e no Canal Youtube da Câmara Municipal de Matosinhos, o site do projeto português Black Lives Matter in Football, bem como um estudo inédito sobre racismo no futebol nacional, desenvolvido pela Associação Plano i entre outubro de 2020 e fevereiro de 2021, depois de auscultar todos os agentes do futebol, com o apoio da FPF.

Foram recolhidos testemunhos de jogadores(as) amadores e profissionais, treinadores/as, árbitros, encarregados de educação, dirigentes, adeptos, jornalistas e outro staff de apoio a clubes e associações distritais e regionais de futebol.

A cerimónia virtual de lançamento do site e do estudo contará com a participação do presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, que se juntará ao Secretário de Estado da Juventude e Desporto, João Paulo Rebelo, à Secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Rosa Monteiro, à presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Luísa Salgueiro, e ao presidente da Liga Portugal, Pedro Proença.

A presidente e a vice-presidente da Associação Plano i, Sofia Neves e Paula Allen, irão explicar o funcionamento do site e apresentar publicamente as conclusões do estudo que conduziram, 'Estudo Nacional sobre o Racismo no Futebol em Portugal: Perceções e Vivências'. Uma versão integral deste estudo poderá ser consultada no site do Black Lives Matter in Football.

Plataforma de denúncia 

O site também permitirá que sejam efetuadas, através dele, denúncias de situações de racismo no futebol nacional, sendo que as mesmas serão reencaminhadas e tratadas pela Autoridade para a Prevenção e Combate à Violência no Desporto, entidade que, tal como a FPF, é parceira do projeto.

PRINCIPAIS CONCLUSÕES EXTRAÍDAS DO 'ESTUDO NACIONAL SOBRE O RACISMO NO FUTEBOL EM PORTUGAL':

1. Cerca de 60% dos participantes no estudo consideraram existir racismo no futebol português, sendo a percentagem de mulheres que respondeu afirmativamente (73.2%) superior à dos homens (50%). 

2. O género, a cor da pele, a etnia, a orientação sexual/identidade de género e as questões da diversidade funcional foram os cinco fatores de discriminação mais apontados.

3. Cerca de 40% e 60% das mulheres e dos homens, respetivamente, dizem ter testemunhado mais do que uma vez a casos de racismo no futebol nacional. 

4. As mulheres informaram/denunciaram os casos de racismo vivenciados/testemunhados aos treinadores (cerca de 19% dos casos), e os homens queixaram-se aos árbitros (20.3%). Independentemente da idade ou da categoria de participação no Estudo, a maioria dos participantes indicou recorrer às equipas de arbitragem nestas situações.

5. Cerca de 73% e 49.6% das mulheres e dos homens, respetivamente, selecionaram como manifestação mais comum de racismo no futebol em Portugal a violência verbal. 

6. 93% e 90% das mulheres e dos homens, respetivamente, consideraram que o racismo no futebol português se dirige a atletas, em 74.9% e 85.2% dos casos, respetivamente, do sexo masculino. Este dado é partilhado por participantes de todos os grupos etários. 

7. Cerca de 50% e 70% dos participantes, respetivamente homens e mulheres, consideraram que quem mais exibe comportamentos racistas no futebol são os adeptos, seguindo-se as claques (37.4% no caso dos homens e 52.4% no das mulheres). 

8. 86.8% e 82.8% das mulheres e dos homens, respetivamente, consideraram que o tratamento dado aos casos de racismo no futebol nacional é desadequado.

9. A desvalorização da gravidade dos casos foi apontada como o fator que melhor explica esse tratamento desadequado.

10. De um modo geral, os participantes consideraram que as medidas que melhor poderiam contribuir para prevenir e combater o racismo no futebol em Portugal seriam a punição dos adeptos e o investimento na educação contínua. 

 


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