Portugal está na final do Euro-2022!

Futsal Fem. - Seleção A

Triunfo por 6-0 frente à Hungria selou a presença no jogo decisivo. Espanha será o adversário este domingo.

A Seleção Nacional Feminina A de Futsal garantiu esta sexta-feira, no Pavilhão Multiusos de Gondomar, a presença na final do Campeonato da Europa-2022, após triunfo por 6-0 frente à Hungria.

Perante 2016 entusiastas expectadores, a Equipa das Quinas procurou controlar e dominar a partida desde o primeiro minuto, criando diversas ocasiões de golo junto à baliza da formação magiar. Depois de tudo ter tentado para materializar em golos o ascendente conseguido, Portugal marcou mesmo o primeiro aos 12’, por Pisko. O marcador estava desbloqueado, mas a Equipa das Quinas "não tirou o pé do acelerador".

Antes do intervalo, a formação orientada por Luís Conceição marcou ainda por mais duas vezes, através de finalizações bem-sucedidas de Carolina Pedreira (16’) e Fifó (17’).

O segundo tempo teve a mesma toada do primeiro, já que Portugal provou sempre em campo o favoritismo que lhe era atribuído antes da partida. Mantendo sempre a sua identidade, o conjunto nacional marcou mais três golos com naturalidade, por Folk (na própria baliza, aos 22’), Cátia Morgado (34’) e Maria Pereira (36’).

No final, o mais importante estava feito: Portugal garantiu o seu lugar na grande final do Europeu e vai defrontar a Espanha no próximo domingo, pelas 18h00, novamente em Gondomar.

Luís Conceição em discurso direto:

“Disse que era um passo de cada vez e para dar um passo à frente tínhamos de passar a Hungria. Temos de valorizar a vitória, que é sempre difícil contra adversários que defendem muito baixo e, por vezes, abdicam de jogar e colocam muita bola direta na frente. Já sabíamos que iríamos ter muita bola.

O adversário deu-nos bola para nos podermos organizar e construímos muitas situações de finalização. Foi o que se passou. Fomos marcando golos, acreditando e melhorando mais um pouco. Libertámo-nos um pouco depois de um início com alguma ansiedade.

Fizemos coisas bastante positivas e é o terceiro jogo consecutivo em que não sofremos golos. Tinha dito que é importante não oferecer nada ao adversário e assim o fizemos.

Portugal cada vez é mais forte. Quando as outras equipas nos defrontam têm por hábito defender mais baixo. Vamos ter cada vez mais bola e temos de nos preparar para este tipo de dificuldades. Por isso, temos trabalhado muito o ataque organizado. Voltámos a fazer golos de bola parada. Depois, é irmos tendo paciência para alcançar os golos.

[final ibérica] Era aquilo que todos desejávamos e, se calhar, estávamos à espera. Este jogo [com a Hungria] já fechou e nada tem a ver com o que se vai passar no domingo. Serão jogos completamente diferentes, com outro tipo de exigência e comportamentos. Haverá uma abordagem diferente em termos de intensidade e de pensar a partida e esperamos que seja uma boa ‘joga’, como costumamos dizer. Isso é que é importante.

[peso da final perdida em 2019] Do passado vivem os museus. Claro que identificámos onde é que errámos e tivemos este tempo todo para corrigir e melhorar. A final vai ser outra vez em Portugal, no mesmo espaço e frente ao mesmo adversário. Estamos com esse pensamento, mas na vida perdemos, ganhamos e no dia seguinte já estamos com outras exigências. Temos de nos preparar para isto, porque o desporto é mesmo assim.

Defrontámo-nos tantas vezes e conhecemo-nos tão bem que as jogadoras praticamente não variam muito entre convocatórias. Quando se chega a estes jogos, importante é a nossa atitude competitiva e mental. Isso é que vai fazer a diferença. É uma final e com o pavilhão cheio. Quem competir bem, conseguir-se manter focado e estiver mais bem preparado mentalmente para as dificuldades vai ter maiores probabilidade de vencer”.

 

Janice Silva em discurso direto:

“Foi complicado ao início, porque não estávamos a encontrar a solução [para o golo], mas, entretanto, o ‘mister’ Luís [Conceição] pediu um desconto de tempo e conseguimos fazer o primeiro golo. Foi uma vitória muitíssimo importante, tal como foi não termos sofrido golos, e agora estamos focadas na final.

Temos um dia de descanso e vamos pensar no que podemos fazer no jogo contra a Espanha. Acima de tudo, agradeço ao público, que esteve connosco de início ao fim.

A Espanha é um adversário difícil, tem jogadoras muito acima da média e um coletivo fantástico. Nós também temos uma seleção jovem e com bastante qualidade. Se cada uma der o seu melhor, tenho a certeza de que vamos levantar o troféu. Ainda por cima estamos em casa. Temos de desfrutar este momento e sentir a camisola da seleção”.

 

Inês Fernandes em discurso direto: “Sabíamos que íamos apanhar um bloco mais baixo. A Hungria tinha essa estratégia bem definida. Tentámos ser fiéis a nós próprias e trabalhar um bocadinho o jogo. Aquilo que estava a dar era a finalização exterior, mas tínhamos uma muralha à frente. Acho que a partir do primeiro golo tornou-se tudo mais fácil. Mantivemos a mesma identidade e foi só uma questão de a bola entrar na baliza.

Temos imensos jogos amigáveis contra a Espanha, que é uma seleção muito forte. Nós também o somos. Normalmente, as duas equipas gostam de ter bola, privilegiam muito o ‘3x1’ e costumam protagonizar desafios muito físicos. Há muitos duelos de fixo e pivot e nos dois lados e alas desequilibradoras. Por isso, promete ser um enorme espetáculo.

Portugal e Espanha eram as duas equipas mais bem preparadas para chegar a final e confirmaram esse favoritismo. Vai ser 50/50, num grande jogo para esta modalidade.

[peso da final perdida em 2019] Este mundo já teve uma pandemia [de covid-19] e tem uma guerra [na Ucrânia] pelo meio. Já não somos as mesmas pessoas e as mesmas atletas de há três anos. Devo confessar que é só uma memória e esse jogo já não nos marca. Tenho a certeza de que vamos ser fiéis a nós próprias e iremos estar prontas.

Os adeptos foram fantásticos. Antes deste jogo, estávamos a rir de felicidade por ver o entusiasmo das pessoas. Queremos ver um pavilhão cheio a gritar e cantar. Agradeço a quem esteve aqui hoje e que venham no domingo em maior número e com mais força”.

 

Cátia Morgado em discurso direto:

“Iniciámos muito bem e a criar situações, mas a bola não estava a entrar. Até que aos 13 minutos a bola entrou finalmente, com algumas ‘carambolas’ pelo meio, mas fomos felizes e construímos o resultado tranquilamente.

Era uma defesa bastante baixa [da Hungria] e tínhamos de bater muito por fora. Até o estávamos a conseguir, mas o problema era a bola entrar. É mesmo assim. O adversário veio com as armas que tinha e baixou linhas. Tentámos de tudo para marcar golos.

No domingo vai ser um jogo muito mais equilibrado. Vai ser bastante complicado, mas já conhecemos muito bem a Espanha. Temos feito muitos encontros de preparação com elas. Vai ser bastante equilibrado e 50/50. Pode cair para qualquer um dos lados. Acho que aquilo que vai fazer a diferença são os pormenores. Quem finalizar melhor é que vencerá.

O professor Jorge Braz tem estado a trabalhar connosco, mas é muito bom ter o apoio deles [da seleção principal sénior de futsal]. São campeões do Mundo e bicampeões da Europa, portanto é muito bom tê-los aqui. Também quero agradecer ao público, que foi espetacular e é a nossa força. Queremos que no domingo seja igual ou ainda melhor. Creio que é aí que vamos buscar as nossas forças para conseguir ganhar à Espanha”.

 

FICHA DE JOGO

Campeonato da Europa-2022 (meias-finais)
Pavilhão Multiusos de Gondomar

Primeiro árbitro: Damian Grabowski (Polónia)
Segunda árbitra: Florentina Kallaba (Kosovo)
Terceiro árbitro: Marjan Mladenovski (Macedónia)
Cronometrista: Daniele D'adamo (San Marino)

PORTUGAL 6-0 HUNGRIA (3-0 ao intervalo)

PORTUGAL: Ana Catarina; Carla Vanessa, Cátia Morgado, Ana Azevedo (cap.) e Pisko
Jogaram ainda: Odete Rocha, Maria Pereira, Inês Fernandes, Fifó, Janice Silva, Sara Ferreira, Carol, Carolina Pedreira e Ana Pires
Treinador: Luís Conceição
Golos: Pisko (12'), Pedreira 16'), Fifó (17'), Folk 23' p.b.), Catia Morgado (35') e Maria Pereira (37')
Disciplina: nada a assinalar

HUNGRIA: Lilla Torma, Diána Fülöp, Nóra Tóth, Csilla Krascsenics e Viktória Horváth
Jogaram ainda: Annamária Hargas, Kitti Szalkai, Rebeka Fábián, Zsuzsanna Folk, Gabriella Csepregi, Katalin Üveges, Gabriella Kota, Adél Varga (cap.) e Fruzsina Koch
Treinador: Tamás Frank
Golos: nada a assinalar
Disciplina: cartão amarelo a Zsuzsanna Folk

 


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