Jogadora do SC Braga descreve a emoção da primeira internacionalização A.
Sonho, emoção e algumas lágrimas quando as luzes se apagaram no Estádio Haberfeld, e se viu de regresso ao hotel de estágio da Seleção Nacional. Assim foi o domingo de Ana Rute, jogadora de 23 anos que cumpriu, frente a Israel, o seu primeiro jogo oficial pela principal Seleção Feminina de Portugal.
Depois de muita expectativa, alimentada desde a primeira chamada de Francisco Neto, em abril deste ano, a centrocampista fez a sua estreia no apuramento para o Mundial de 2023. E não podia ter corrido melhor.
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"Estou feliz, muito feliz. Até fico sem palavras para explicar o que sinto. É o meu primeiro jogo pela Seleção A e ainda por cima ganhámos por 4-0. Tenho tido momentos marcantes no futebol, mas este supera, para melhor, tudo o que idealizei", começou por referir Ana Rute, que entrou no jogo com as israelitas aos 84 minutos, tempo suficiente para se fazer notar e ficar perto do golo.
"Há momentos que valem uma vida inteira, como quando se concretiza um sonho de anos. É um dia que não esquecerei. Quando percebi que era para entrar em campo, empolguei-me tanto que comecei a tremer. Entrei a tremer por dentro, toda acelerada. Acho que ainda estou assim", acrescentou a atleta, em conversa com fpf.pt, antes do regresso da armada lusa a Portugal.
"O meu pai ficou tão emocionado quanto eu"
Mal terminou o jogo, Ana Rute enviou mensagem por WhatsApp aos pais, que garante serem os seus "maiores fãs". "O trabalho do meu pai leva-o a passar muito tempo em Angola, mas, sempre que pode, vai ver os meus jogos. Ele ficou tão emocionado com esta estreia quanto eu, porque sabe da importância que tem para mim. Viu-me pela televisão; e espero que consiga ver-me na Seleção ao vivo", contou Ana Rute, com as lágrimas a quererem saltar-lhe dos olhos.
Para a centrocampista, a temporada de 2021/22 está a ser uma espécie de "volta de 180 graus" na carreira futebolística e na vida. "Vir à Seleção em abril foi um passo muito importante na vida. De lá para cá, troquei o Condeixa pelo SC Braga e comecei a fazer do futebol a minha profissão. Deixei o emprego que tinha numa empresa de família para viver do futebol a tempo inteiro. Sinto que estou a evoluir muito e que devia ter feito esta opção há mais tempo", revelou a jogadora, licenciada em Gestão e a concluir mestrado em Contabilidade e Finanças.
"Jogo na posição que me pedirem"
Depois da estreia oficial em jogos da Seleção A, Ana Rute busca a afirmação no SC Braga. "Quero ganhar o meu espaço e ajudar a equipa a lutar pelo título na Liga BPI e nas restantes competições que disputa. Quero continuar a mostrar valor e a evoluir, para voltar a ser convocada para a Seleção", avisou a jogadora, que jogou como atacante frente a Israel.
"Tirando a posição de guarda-redes, já joguei em todos os setores, incluindo no eixo da defesa. Sinto-me confortável na frente de ataque, em qualquer lugar no meio-campo ou como número 10. Jogo na posição que me pedirem", esclareceu.
Regresso da armada lusa esta segunda-feira
A Seleção Nacional Feminina regressa esta segunda-feira a casa, num voo que sairá de Telavive às 18h25 locais [menos duas em Portugal continental]. A chegada a Lisboa está prevista para as 22h20, com as jogadoras a poderem regressar então aos respetivos clubes.