José Augusto: “Foi o momento em que a minha carreira começou a despontar”

Seleção A

7 de maio de 1958. Inglaterra, 2 Portugal, 1 Estádio Wembley (Londres).

A estreia pela Seleção Nacional A deu-se em Londres, numa altura em que José Augusto ainda representava o Barreirense. No entanto, para o jovem extremo, jogar de Quinas ao peito não era novidade. Duas internacionalizações pela seleção de sub-18, uma pela de sub-21, 13 pela Militar e uma pela Seleção Nacional B compunham um já muito rico currículo ao serviço do seu país, que trazia ainda o título de campeão mundial de seleções militares.

José Augusto soube da sua chamada pelo clube, “como acontece normalmente”, e assume que “não era uma surpresa”, dado a conquista recente do Campeonato do Mundo de seleções militares, diante da França, por 3-1, no Estádio José Alvalade.. O sentimento foi o de até então quando representou as seleções mais jovens: “uma enorme alegria”, ampliada por desta vez ter chegado ao “topo” do seu percurso futebolístico.

Apesar de as memórias do duelo em Inglaterra já não serem muito pormenorizadas, o jovem extremo recorda que foi “muito bem recebido pelos seus colegas de Seleção”. Jogou 45 minutos, tendo sido substituído ao intervalo por José Travassos.  Saiu com o resultado desfavorável à equipa das Quinas por 1-0, sendo que na segunda parte houve um golo para cada lado. Ainda assim, isso não impede que José Augusto recorde esse dia como “o momento em que a minha carreira começou a despontar”.

Seguiram-se anos de sucessos desportivos como jogador de futebol, numa carreira que durou até 1970. 13 títulos conquistados (2 Taças dos Campeões Europeus, 8 Ligas Portuguesas e 3 Taças de Portugal), todos ao serviço do SL Benfica, clube do seu coração e onde fez carreira, depois de sair do Barreirense em 1959. Ainda hoje é uma lenda viva dos dois emblemas.

Por onde passou, José Augusto deixou a sua marca. Na Seleção Nacional realizou 45 jogos e marcou 9 golos. Fez parte d’ Os Magriços’, a equipa que realizou, até hoje, a melhor participação num Campeonato do Mundo de sempre, assumindo um dos papéis principais desse conjunto, ao realizar seis partidas e marcar três golos. Decorria o ano de 1966.

Foi ainda eleito melhor extremo da Europa e representou a Seleção da Europa em duas ocasiões, como o próprio não se esquece e ainda menciona com orgulho.

Da quase meia centena de internacionalizações, José Augusto destaca a dificuldade dos desafios que disputou e relembra alguns dos nove golos que festejou de Quinas ao peito: “Estou a lembrar-me de um golo que marquei frente à Hungria, de cabeça (jogo da fase de grupos do Mundial 1966. José Augusto bisou com dois golos de cabeça). Lembro-me também do golo que marquei num voo em prancha, numa vitória por 1-0, frente ao Brasil, (jogo de preparação, realizado em 1963), depois de um cruzamento do Iaúca. Nessa equipa do Brasil jogava o Pelé e outros craques da altura.”

Quando ‘pendurou as chuteiras’ assumiu o papel de Selecionador Nacional, depois de duas épocas como adjunto do SL Benfica. Esteve entre 1972 e 1973 no comando dos destinos da Equipa das Quinas somando sete vitórias em nove jogos. Após passagens pelo Vitória FC, Barreirense e Portimonense, voltaria a acompanhar de perto o trabalho das Seleções Nacionais, treinando entre 1981 e 1987 a equipa de sub-18 de Portugal. Seguiram-se Farense, FC Penafiel, Amora FC, CD Logroñés e FC Alverca, voltando depois à Federação Portuguesa de Futebol para orientar as seleções nacionais femininas A e de sub-19. 


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4 de Dezembro 2020
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