Seleção A

ANTÓNIO FOLHA: “Tive uma estreia de sonho”

Seleção A

5 de setembro de 1993. Estónia, 0 Portugal, 2 Estádio Kadriorg (Tallin).

Quatro anos depois de ter sido campeão do mundo de sub-20, em Riade, António Folha estreou-se, e logo como titular, na principal Seleção Nacional. O selecionador era Carlos Queiroz, um treinador que o acompanhou ao longo de todo o seu percurso, o que seguramente lhe terá facilitado a tarefa. Terá sido mesmo assim? “A porta poderia abrir-se mais um bocadinho, é verdade, pois ele conhecia-me muito bem, mas o professor apostava sempre na qualidade, independentemente da idade”, confessa-nos Folha.

Na primeira chamada, então com 22 anos, Folha teve uma daquelas estreias memoráveis. “Estreei-me na Seleção, marquei um dos golos e ganhámos 2-0. O que poderia ter acontecido de melhor?! Nada. Foi uma estreia de sonho, um daqueles momentos de que guardarei para sempre no meu álbum desportivo das boas recordações”.

Folha, seis vezes campeão nacional pelo FC Porto, lembra-se ainda que a “Geração de Ouro” marcou forte presença nesse jogo com a Estónia, destacando-se, entre outros, Vítor Baía, Abel Xavier, Fernando Couto, Paulo Sousa, Rui Costa e João Pinto. “O que era natural, pois o Carlos Queirós conhecia-nos há muito tempo, trabalhou vários anos connosco, e fez essa mudança, também na Seleção principal, com toda a naturalidade”.

A sua chegada à Seleção A foi natural num “percurso rápido”, pois, como o próprio deixa registado, “sempre trabalhei para lá chegar”. E precisa ainda: “Sempre trabalhei muito para chegar a um grande clube e sempre trabalhei muito para chegar à seleção. Felizmente, consegui-o”, concretiza.

Num registo de 26 internacionalizações – “é uma boa marca, reconheço” –, tendo marcado cinco golos, Folha atingiu o seu ponto mais alto, quando marcou presença na fase final do Campeonato da Europa de 1996, em Inglaterra. António Oliveira entregou-lhe a titularidade na vitória contra a Turquia (1-0) e foi suplente utilizado no empate com a Dinamarca (1-1). Já nos quartos-de-final, contra a República Checa, entrou aos 64 minutos, num jogo em que Poborsky nos roubou o sonho.

Quando olha para trás, Folha reconhece sentir-se “orgulhoso” com o seu percurso e sobretudo de consciência tranquila por sempre “ter dado o meu melhor” pela Seleção.

“Ser campeão do mundo de sub-20 foi um momento único. Quando me lembro que fomos para Riade com os fatos de treino meio rotos e saímos de lá com a medalha de ouro ao peito ...”

 


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