Seleção A

Barroso: “Era esquisito mas sempre aceitei”

Seleção A

26 de janeiro 1995. Portugal-Canadá, 1-1. SkyDome Stadium, Toronto

Por mais voltas que dê à cabeça, e já deu muitas, Barroso ainda está hoje por perceber como é que só conseguiu uma internacionalização, apenas uma, pela principal seleção de futebol. Quando se lhe pede uma justificação para tal facto, o ex-médio centro, que fazia do remate de meia distância a sua especialidade, reconhece que talvez seja por sempre ter sido um independente no mundo do futebol. O que é isso quer dizer? Barroso, que foi bicampeão nacional no FC Porto com António Oliveira, explica: “Em toda a minha longa carreira, com mais de 400 jogos oficiais, nunca tive empresário. Hoje em dia, quando penso nisso, concluo que essa situação talvez me tenha prejudicado. Estou em crer que, uma parte do problema na seleção, tenha passado por aí”. E conclui: “Não consigo perceber como é que fui convocado para a seleção principal para aí umas vinte vezes e só por uma vez tenha sido utilizado”.

A este propósito, Barroso, que hoje em dia está a colaborar com uma academia canadiana de futebol em Braga, tem um exemplo concreto. “Num Portugal-França, disputado no estádio 1º Maio, em Braga, um jogo particular, o Artur Jorge utilizou todos os jogadores, menos dois: eu e o Rui Correia. Nesse dia fiquei muito desiludido por não ter jogado pela seleção em Braga e dei conta disso mesmo aos jornais. Nunca mais fui convocado, apesar de ter feito boas épocas”.

O único jogo em que representou Portugal ficará para sempre gravado na sua memória, pois, na sua opinião, é um momento único na carreira de um jogador. “A única vez que joguei foi num Portugal-Canadá, no Torneio SkyDome, num jogo particular. O selecionador era o António Oliveira e empatámos 1-1, com golo de Folha. Entrei a cinco minutos do fim para o lugar de Sá Pinto. Depois, jogámos com a Dinamarca e vencemos 1-0, com golo do Paulo Alves. Vencemos o torneio”.

Depois da sua estreia, Barroso chegou a ser várias vezes convocado, tendo integrado a lista de presenças em alguns jogos para a fase de qualificação do campeonato da Europa de 1996, mas o que é certo é que nunca mais foi utilizado. “Quando a minha filha mais velha nasceu, em 1995, não assisti ao seu nascimento porque estava no jogo República da Irlanda-Portugal, que perdemos por 1-0”. E, já à despedida, conta mais um episódio deste seu percurso pela seleção portuguesa: “Em alguns dos jogos, sobretudo nos particulares, por vezes entrava um defesa para o meio campo, e eu continuava no banco. Era esquisito, mas sempre compreendi e aceitei as decisões dos treinadores. Ficava triste, é verdade, mas aceitava as decisões com resignação”.


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