Luís Couto, coordenador pedagógico da FPF, sublinha a importância do "planeamento diário" e do "compromisso" de cada estudante.
A suspensão das aulas presenciais vai manter-se no início deste terceiro período, como medida de contenção ao contágio da covid-19. O calendário dos exames nacionais foi adiado para julho (primeira fase) e setembro (segunda fase) e, de acordo com o que foi anunciado pelo Primeiro Ministro, ainda existe a possibilidade de haver aulas presenciais no 11.º e 12.º ano neste ano letivo nas 22 disciplinas sujeitas a exame específico para acesso ao ensino superior.
Como tal, o ensino à distância vai continuar a vigorar por agora. Luís Couto, coordenador pedagógico da FPF, considera que os jovens estudantes, devido à familiaridade com as novas tecnologias, estão aptos a prosseguir os estudos de forma eficaz: "Muitos dos jovens estudantes já tinham contacto prévio com o ensino à distância. As plataformas utilizadas atualmente habilitam qualquer utiizador para um ensino à distância eficaz. Com a familiaridade que os jovens têm com os meios informáticos, não há razões para haver problemas", começou por dizer.
Quando estão em estágio ou com atividade competitiva, as Seleções Nacionais Masculinas e Femininas, entre sub-16 e sub-19, têm acompanhamento escolar à distância, através de uma plataforma implementada pela FPF desde 2011 (antes dessa data recorria-se à presença de docentes em sala). O critério é a ausência da escola superior a cinco dias.
Em declarações ao fpf.pt, o coordenador pedagógico da FPF explica como funciona o processo durante os estágios: "Temos conhecimento do perfil académico de cada uma das Seleções. Sabemos o trajeto de cada jogador (a) e estamos em total sintonia com as escolas e com os coordenadores de clube, o que é um fator imprescindível neste processo. Com este contacto, sabemos quais são os conteúdos de que eles vão ficar privados durante a ausência da escola. Entramos em contacto com a 'Escola Virtual' e cada jogador (a) tem acesso às suas respetivas matérias. Durante o período de estágio ou de competição, dedicamos entre uma a duas horas de estudo, dependendo da carga diária de treino. Tudo é articulado com a equipa técnica, tendo em conta a programação de cada Seleção", referiu.
Desafiado a deixar alguns conselhos aos jovens para que estes consigam ter uma vida escolar ativa em casa, Luís Couto salienta a importância do "planeamento" e do "compromisso": "Acho imprescindível que cada um faça o seu programa diário e que nesse plano se inclua o estudo. Fica bem mais fácil. Estabeleçam um número de objetivos e regras. Por exemplo, das 09h00 às 11h00 é o horário de estudo, de seguida entre as 11h00 e as 12h30 há tempo para jogar consola. À tarde, escolham também um período de atividade física, etc. Acho importante que haja compromisso. É uma experiência nova para todos", assume.
As fotografias são relativas a uma sessão de estudo da Seleção Nacional de Sub-17 em 2014.