Paulo Alves: “Paguei o jantar à família”

FPF

Jogo: Letónia-Portugal, 1-3. 9 de outubro de 1994, Riga.

Paulo Alves tinha o forte pressentimento de que a sua hora de chegada à seleção principal portuguesa estava para breve. As suas exibições, no início da época 1994/1995, estavam a causar bom impacto, e a sua equipa, o Marítimo, estava a ajudar, sobretudo pela sua boa prestação na Taça UEFA. “Comecei a época muito bem, eliminámos o Aarau com um golo meu, e contra a Juventus, apesar de termos perdido, fiz o nosso golo em Turim”.

António Oliveira, o selecionador nacional, que já havia trabalhado com o avançado tanto na seleção de sub-21 como no SC Braga, reconheceu o seu bom momento e convocou-o. “Não posso dizer que tenha sido uma surpresa. Eu sempre fui um “habitué” nas seleções jovens. Depois, estava a passar por uma boa fase, e se juntarmos a isso o facto de não haver muitos homens de área – o Rui Águas tinha acabado a carreira – considerei normal esse primeiro voto de confiança para a Seleção Nacional”.

O avançado português, então com 24 anos, lembra-se que soube da boa notícia logo pela manhã – “não posso precisar se ouvi o meu nome na rádio ou se o li no jornal” –, e a sua primeira reação foi telefonar para a família para partilhar aquele momento único. “Fiquei, como é óbvio, feliz, e sobretudo muito orgulhoso.  Prometi-lhes, logo aí, pagar-lhes o jantar. E paguei mesmo!”

A estreia aconteceu no dia 9 de outubro de 1994, em Riga, num jogo que Portugal venceu a Letónia por 3-1, e de qualificação para o Campeonato da Europa de 1996. “Não, não fui titular. Na linha de ataque jogaram Figo, Domingos e João Pinto. Eu entrei aos 60 minutos para o lugar do Vítor Paneira, e numa altura em que estávamos a ganhar por 1-0”.

Paulo Alves sublinha que entrou bem, destacando ainda que até hoje não esquece as palavras que António Oliveira lhe dirigiu quando o lançou em campo. “O Oliveira deu-me os parabéns pela estreia e disse-me para jogar com tranquilidade”. Paulo Alves reconhece que não deixou de sentir alguma ansiedade, “o que é natural numa estreia”, mas também nos afirma que a sua exibição foi positiva. “Mal entrei, ia marcando. O João Pinto fez um excelente cruzamento, antecipei-me ao defesa, junto ao primeiro poste – uma das minhas principais características, talvez a melhor, e ia marcando. A bola saiu junto ao poste mais distante”, recorda.

A partir daí, Paulo Alves somou mais 13 internacionalizações, o que não deixa de ser um registo aceitável – “numa altura em que não havia assim tantos jogos” –, tendo marcado sete golos. “Foi uma boa marca… Fiz meio golo por jogo”, precisou.

O seu único lamento, nessa fase, prendeu-se com o facto de não ter feito parte da lista de convocados para o campeonato da Europa de 1996: “Tive uma lesão grave – rotura na fase posterior da coxa – no jogo Sporting-Tirsense, quando fiz o golo, já nos descontos, que nos garantiu a vitória por 1-0”.

 


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