Seleção A

Alexandre Baptista: Uma piada eterna com Manuel Marques

Seleção A

Jogo: Inglaterra-Portugal, 1-1, 4 de junho de 1964, Estádio Pacaembu, São Paulo.

O histórico com a Inglaterra não era nada famoso para os portugueses: uma vitória, um empate e cinco derrotas. E, naquele tempo, cada vez que a Seleção Nacional defrontava a armada inglesa, vinha à memória o 10-0 do primeiro duelo em 1947. Nesse dia, ‘sir’ Stanley Matthews passeou a sua classe pelo Jamor diante de uma Equipa das Quinas que até estava moralizada e tinha nas suas fileiras Peyroteo, Travassos, Rogério Pipi, Jesus Correia. Ainda assim foi esmagada e o trauma ficou.

Alexandre Baptista fez o seu primeiro jogo com as quinas ao peito no oitavo duelo com os ingleses e o resultado, um honroso empate 1-1 em condições muito difíceis, alimentou o orgulho do estreante. “Metia-me muito com o Manuel Marques [histórico massagista do Sporting e da Seleção Nacional] que estava sempre a brincar conosco e a lembrar os tempos dos Cinco Violinos.

Dizia-lhe: “antes eramos muito bons mas levámos 10 e agora empatámos. Deve haver alguma diferença…” Era piada, claro, mas ficou para sempre… Sabe, andávamos cheios de moral, pois tínhamos ganho a Taça das Taças...”

Nesse desafio com a Inglaterra, o defesa central, então com 23 anos, alinhou numa defesa muito leonina com Pedro Gomes e José Carlos. O ‘intruso’ era Festa, do FC Porto.

“Foi um jogo em São Paulo, no Brasil [Torneio Cinquentenário da Confederação dos Desportos do Brasil]. A Seleção estava a cumprir um plano de preparação de longo prazo para tentarmos ir ao Mundial de 1966. Fomos e… foi o que se viu”, recorda Alexandre Baptista que, da sua estreia, não guarda muitos detalhes. “Lembro-me que tínhamos perdido o primeiro jogo com a Argentina [2-0, no Maracanã] e para o segundo tiraram o Germano e entrei eu. Sei que o Eusébio e o Peres [que também se estreou neste jogo, tendo sido, aliás, o autor do golo de Portugal] lesionaram-se e não alinharam no jogo seguinte. Assim, com o Brasil, jogámos sem avançados. Ah, e houve uma confusão qualquer com o Torres…”

E houve mesmo. José Torres marcou um golo, que seria o 2-1, mas o árbitro anulou. O Bom Gigante ficou possesso com a injustiça da decisão e acabou expulso. E Portugal terminou a jogar com oito. Para a história ficou o empate e a estreia de Alexandre Baptista. Dois anos depois, o central leonino viveria a epopeia dos Magriços.


;

Notícias