Seleção A

Humberto Coelho: “Com 18 anos no meio dos tubarões”

Seleção A

Jogo: Portugal-Roménia, 3-0. 27 de outubro 1968. Estádio Nacional, Lisboa

Portugal recebia no Jamor a Roménia naquele que seria o primeiro jogo da fase de qualificação para o Mundial’70. O onze era maioritariamente constituído por Magriços. Humberto Coelho, “com 18 anos e quatro meses”, estava no banco. A lesão de Rui Rodrigues, lançou-o “para o meio dos tubarões”, como recorda o então central “já titular do Benfica”, é certo, mas ainda assim “surpreendido com a chamada” à Seleção.

Humberto Coelho fixou “aquele que foi um dos dias mais extraordinários da minha vida”. E tem também na memória a “tarde inesquecível de Jacinto, lateral do Benfica que veio do Leixões, que marcou dois golos, e de JJ [Jacinto João, do Vitória FC] que tal como eu fazia a sua estreia na Seleção, e fez outro dos golos”.

O arranque auspicioso no Mundial não teve seguimento na campanha. Portugal acabou mesmo por ser último no grupo e os romenos foram qualificados. Humberto voltaria à Seleção, primeiro de forma intermitente, “a dupla do Vitória [SC], Manuel Pinto e Joaquim Jorge, ainda jogou, mas a partir daí passei a ser titular”.

Assim foi praticamente até ao jogo de despedida, “vivendo momentos fantásticos ao serviço da Seleção”. Além da memória da primeira internacionalização ficam as excelentes recordações da Minicopa em 1972 [camisola branca que Humberto exibe] onde Portugal “somou uma série de vitórias naquele que foi um minicampeonato do Mundo onde só fomos batidos na final pelo Brasil campeão com um golo de Jairzinho no último minuto”.

Humberto não esquece também “o jogo com a França no estádio Colombes que convenceu o Paris SG a avançar definitivamente para a minha contratação”. Foi um particular, a 26 de abril de 1975, em que Portugal, sob o comando de Pedroto, venceu a França por 2-0. Humberto encantou e… “meses depois estava a jogar em Paris”.

O central cruzou gerações de grandes jogadores e reconhece que “podíamos ter sido mais felizes” conseguindo mais presenças nas fases finais das grandes competições. “Mas a mentalidade era amadora e os nossos adversários estavam mais avançados, pelo que perdemos muitas oportunidades”.

No museu de Humberto estão mais de 50 camisolas. “Muitas da Seleção e do Benfica, mas também do FC Porto e do Sporting e também de rivais históricos como a de Pelé, do Santos, e Dalglish, do Liverpool”.


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28 de Fevereiro 2020
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