Seleção Sub-17 Feminina

Sofia Silva: uma notícia inesperada interrompeu o regresso à "vida normal"

Futebol Fem. - Sub-17

A capitã das sub-17 faz parte do onze ideal da UEFA no Campeonato da Europa da Bulgária.

Terça-feira, 21 de maio, 13h00. Sofia Silva atente o telefone ao fpf.pt a sensivelmente duas horas de realizar um exame de Economia do 11.º ano e no dia seguinte à notícia da sua eleição para o onze ideal do Europeu da Bulgária. A pergunta impunha-se: sendo uma adolescente normal de 16 anos, com uma carreira dual, qual é o significado deste reconhecimento?

"Claro que fiquei contente, mas nem sequer tinha pensado que podia acontecer. Não estava nada à espera. Quando vi, nem acreditei. Tive de olhar para a lista algumas vezes! Foram as minhas companheiras que me avisaram. Estou-lhes mesmo muito grata porque sem elas nada disto seria possível. Quem foi a primeira a dizer-me? A [Ana] Albuquerque!"

A visão coletiva de um reconhecimento iminentemente individual esteve sempre presente no tom do discurso da capitã da Seleção Nacional feminina sub-17: "As primeiras pessoas em quem pensei quando recebi esta notícia foram mesmo as minhas colegas de equipa. Para estar uma jogadora portuguesa naquela lista, é certo que Portugal fez um bom percurso. Claro que me esforcei muito e dei o meu melhor, mas este trabalho foi de todo o grupo. Esta notícia prova a evolução do nosso país no futebol feminino e tenho a certeza que as seleções vão continuar a demonstrar qualidade por essa Europa fora", salientou a futebolista mais internacional da Equipa das Quinas no torneio que decorreu entre os últimos dias 5 e 17 de maio.

Depois das emoções da sua primeira fase final, o regresso à vida normal de Sofia Silva foi "tomado de assalto" por uma notícia que não deixa dúvidas sobre o seu rendimento nos jogos com a Bulgária, a Dinamarca e a Alemanha. A serenidade da internacional portuguesa fora de campo continua a fazer-se notar, mas o entusiasmo quando recorda uma experiência única não deixa de ser esclarecedor: "É sempre bom regressar a casa e às rotinas, mas há um sentimento de saudade do tempo que passámos [no Campeonato da Europa]. Acho que é normal. Fiquei muito contente pela boa experiência e pelo trabalho que desenvolvemos ao longo da competição."

A carreira dual foi sempre uma opção clara e reflete-se no percurso escolar da defesa-central (que também pode jogar no centro do terreno), mas está longe de ser caso único entre as convocadas de José Paisana: 90% das jogadoras que viajaram para a Bulgária podem aproveitar a experiência para acederem ao Ensino Superior através do estatuto de Atleta de Alta Competição. Mais uma motivação para representar o país ao mais alto nível: "É sempre importante que o futebol seja conciliável com a vida académica - nem sempre é um objetivo fácil de alcançar. A participação em fases finais facilita-nos a entrada nas universidades e dá-nos alento para continuar em frente com o desporto e os estudos."

Desafiada a prever as memórias do Europeu que irão perdurar no tempo, Sofia Silva menteve a assertividade: "Vou recordar sempre que foi a nossa primeira fase final, que conseguimos chegar às meias-finais e que deixámos uma boa imagem", concluiu.


;

Notícias