Jorge Braz: “Temos de ser Portugal”

Futsal - Seleção A

O Selecionador Nacional alerta para as dificuldades do último jogo da fase de grupos do Euro-2022 diante da Ucrânia, mas aponta a novo triunfo. Erick espera um adversário na máxima força.

A Seleção Nacional de futsal cumpre esta quinta-feira o derradeiro apronto antes do jogo da 3.ª jornada do Campeonato da Europa Países Baixos 2022.

A Equipa das Quinas treinará pelas 20h00 (21h00 locais) na MartiniPlaza, em Groningen, o palco do encontro diante da Ucrânia, agendado para sexta-feira (28 de janeiro), pelas 19h30 (20h30) locais. A partida pode ser acompanhada em direto na RTP2.

FOTOGALERIA DA PREPARAÇÃO EM GRONINGEN

Jorge Braz: “Todos os jogos são para ganhar…”
Portugal chega à terceira ronda com dois jogos e duas vitórias (4-2 com a Sérvia e 4-1 com o Países Baixos), mas quer terminar com o pleno de vitórias no primeiro lugar do Grupo A, conforme explicou o Selecionador Nacional, Jorge Braz, que alerta para um adversário que vai dar tudo para estar nos quartos de final e que também vai querer vencer depois de ter perdido para os Países Baixos (2-3) e ter goleado a Sérvia (6-1).

“Vencer o grupo. Todos os jogos são para ganhar e este não foge à regra, mas sabemos que a Ucrânia é um adversário que vai jogar tudo para estar na próxima fase. É uma seleção que está habituada a passar a fase de grupos e a estar na fase das decisões. Por isso, sabemos que vai ser um jogo complicado. Acima de tudo, temos de ser Portugal. Temos de jogar com a nossa dinâmica, de complicar defensivamente a tarefa da Ucrânia e, acima de tudo, não podemos oferecer nada.”

O técnico alerta para a grande capacidade que a Ucrânia tem de aproveitar eventuais erros e pede concentração máxima aos jogadores lusos.

 “A Ucrânia acaba por fazer um resultado volumoso no último jogo, porque foi aproveitando todos os erros da Sérvia. A concentração e o foco têm de estar no máximo, para não oferecer nada, para não cometer erros e para sermos nós. Se formos consistentes e ainda melhorarmos mais do que fizemos no último jogo, acredito claramente que podemos vencer o encontro e, assim, vencer o grupo.”  

Antes do arranque do Euro-2022, Jorge Braz referiu que esperava muitas ‘surpresas’ nesta competição e ao fim de duas jornadas já existiram alguns resultados que, à partida, não se esperavam. O técnico explicou que a diferença entre os favoritos e as outras seleções é menor e defendeu que o que não quer é ver Portugal a ser surpreendido.

“Pelo nível e pelo equilíbrio das seleções, cada vez mais [estes resultados podem acontecer]. Sei que há a tendência de olhar para o ranking e para os tradicionais candidatos… claro que são mais fortes, mais experientes e já se habituaram a vencer mais vezes, mas já está muito mais curta a diferença para outras seleções.  Ainda ontem a Espanha empatou [2-2 diante do Azerbaijão]… a Itália com dificuldades [empatou 3-3 com a Finlândia e 2-2 com a Eslovénia], o Cazaquistão [empatou 4-4 com a Eslovénia na primeira ronda]… e são equipa do top mundial. Estamos a olhar muito para nós… Não queremos é que essas coisas aconteçam connosco. Queremos ser nós a contruir o nosso percurso.”

Erick espera uma Ucrânia na máxima força
O universal da Equipa das Quinas também aponta a uma nova vitória, mas sabe que pela frente haverá dificuldades para suplantar.

“O objetivo passa por terminar em primeiro. Obviamente, queremos três vitórias e não pensamos noutra coisa. Sabemos das dificuldades que vamos apanhar, mas o objetivo é ganhar.”

A formação ucraniana perdeu na ronda inaugural para os Países Baixos (2-3), mas conseguiu golear a Sérvia (6-1) na segunda jornada. Os ucranianos chegam à terceira ronda com a ambição de se apurar e Erick sabe que pela frente estará uma equipa ambiciosa e na máxima força.

“Esperamos uma Ucrânia bastante competitiva e competente. Eles tiveram alguns azares, porque tiveram jogadores com Covid… Sabemos das dificuldades e obviamente que, para jogar com Portugal, vão entrar na máxima força.”

O jogador que se estrou na Seleção A após a conquista de Portugal no Euro-2018 já soma 45 internacionalizações e ajudou à conquista do Mundial em 2021, pelo que encara este seu primeiro Europeu com mais naturalidade e tranquilidade.

“Sinto-me bem. Já tive a oportunidade de me estrar no Mundial há uns meses. Portanto, agora encaro com mais naturalidade este Europeu. Tem sido diferente porque não teve adeptos até agora, porque irá passar a ter…”
 
O fpf.pt quis saber se a presença de público é importante para os jogadores sentirem um pouco mais de entusiasmo nas partidas e Erick considera que os portugueses dão sempre o seu máximo apoio à equipa.

“Nós representamos Portugal e em qualquer lado a que nós vamos, há sempre portugueses a querer ver o jogo. Aqui [nos Países Baixos] não se fugiria à regra, de certeza. Sem dúvida que se houvesse público, os portugueses iriam estar aqui em massa para nos apoiar.”

A formação lusa apresenta-se na competição como campeão da Europa e do Mundo. Num campeonato onde se têm registado algumas surpresas, Erick destaca que as conquistas do passado não valem de nada.

“Nós temos responsabilidades para connosco. Sabemos o que somos, o que já conquistámos… mas sermos campeões do Mundo neste torneio não nos vale de nada. Como o treinador já disse, temos de escalar montanha do zero. É assim que nós vemos as coisas: não vamos ganhar nada só por sermos campeões do Mundo ou da Europa.”

Erick pode cumprir várias funções dentro do campo e Jorge Braz já referiu que o considera o melhor universal ao nível mundial. O jogador diz que se sente bem a jogar em qualquer posição em que possa ajudar a equipa.

“Eu sinto-me bem a fazer o que o Braz quer que eu faça. Se achar que eu posso ajudar como pivô, então é aí que me sinto bem, pois é aí que ele sente que eu vou ajudar a equipa. O meu foco passa por isso. Sei que tenho essas valências e por isso sinto-me bem onde melhor puder ajudar a equipa – se o Braz achar que é na ala, vou para a ala, se achar que é a fixo, serei fixo, se achar que é melhor a pivô, serei pivô…” 

Tomás Paçó, que é dos mais utilizados e já marcou no Europeu, tem 21 anos; Afonso, que marcou nos dois primeiros jogos, tem 24; Zicky, que regista três assistências, é o mais novo da equipa com 20. Erick, que tem 26 anos, considera que a idade não é um fator decisivo para se poder fazer a diferença e destaca a homogeneidade da equipa.

“Eu acho que a idade, por si só, não é um indicador [determinante]. Temos de associar a idade a mais fatores. Neste caso [durante o Europeu], não tem sido, de todo, o fator dominante – O Zicky já tem três assistências… O que eu acho é que nós somos uma equipa bastante homogénea e que cada um pode dar o seu melhor. O Afonso, na primeira linha, já tirou uma bola que deu golo e ele, nisso, é fortíssimo. O Zicky, a segurar como pivô, também já assistiu… Cada um mostra as suas valências e consegue tirar o melhor proveito de si próprio.”


Desafiado a responder sobre qual a principal arma da equipa lusa, Erick é não tem dúvidas.

“ A união, sem dúvida. Somos um grupo bastante unido e coeso. Aliamos essa união e coesão a toda a qualidade que temos – cada jogador que nós temos faz uma coisa muito bem, seja ela qual for. Acima de tudo, o que acho que nos tem valido tem sido a união. Espírito de superação.”

A comitiva lusa concentrou-se a 5 de janeiro e já está nos Países Baixos desde o dia 16 nos Países Baixos. Com cinco dias entre o segundo e o terceiro jogo, seria normal que os dias custassem mais a passar, mas Erick garante que os momentos de convívio têm ajudado a equipa a passar o tempo de forma saudável.

“Honestamente não me está a custar. Sinto que temos passado de forma bastante tranquila. Ainda ontem à noite estivemos todos juntos na galhofa… Isso só ajuda e fomenta o espírito de grupo dentro de campo e fora também facilita imenso."
 

Clique aqui para conferir o dossiê de imprensa (atualizado após o jogo com os Países Baixos).

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27 de Janeiro 2022
Foto

André Sanano/FPF

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