Campeonato do Mundo de 4 em 4 anos

FPF

Futebol português reprova intenção da FIFA de aumentar a periodicidade da maior prova do mundo de Seleções.

O futebol português, a par dos restantes países mundiais, tomou conhecimento pela imprensa de uma intenção de duplicação do número de Campeonatos do Mundo de Futebol, passando a sua periodicidade a ser a cada 2 anos em vez do atual intervalo de 4 em 4.

A Federação Portuguesa de Futebol, a Liga Portuguesa de Futebol Profissional, o Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol, a Associação Nacional de Treinadores de Futebol e a Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol entendem ser adequado tornar públicos os motivos pelos quais discordam de tal ideia:

  1. A sobrecarga dos calendários e a saúde física dos atletas;
  2. O impacto sobre a saúde mental dos jogadores, obrigados, neste formato, a fazerem duas concentrações anuais de várias semanas;
  3. A sobreposição de provas continentais e intercontinentais masculinas e femininas nos mesmos anos, retirando impacto à forte aposta que se tem feito na promoção do futebol feminino um pouco por todo o mundo e em particular na Europa;
  4. A sobreposição de Jogos Olímpicos e Mundiais de Futebol;
  5. A paragem competitiva de todos os campeonatos para um formato de qualificação concentrado, obrigando os clubes a ficarem sem competição durante mais de um mês seguido durante a época desportiva;
  6. O aumento do risco de lesão em torneios concentrados de apuramento e fases finais;
  7. Consequências por aferir ao nível do emprego global de atletas de futebol, com uma concentração nas provas mais mediáticas e consequente redução de clubes e calendários nacionais;
  8. Impacto nas competições jovens de seleções, retirando oportunidades e visibilidade nomeadamente aos escalões de Sub21 e Sub20;
  9. Saturação evidente do mercado de direitos televisivos e comercias ao duplicar a periodicidade da maior prova do mundo, provocando danos por medir nas ligas nacionais e no valor dos seus direitos;
  10. Inoportunidade, num momento em que ainda nem se disputou o primeiro Mundial alargado e com o novo formato de 48 seleções, que deverá acontecer pela primeira vez em 2026.

Por todos estes fatores e muitos outros, resulta claro que não podemos ser favoráveis a que uma medida destas seja implementada e ainda menos como resultado de um processo de consulta inexistente, no que aos clubes, ligas, federações, sindicatos de jogadores, treinadores e árbitros diz respeito.


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