Portugal sagrou-se bicampeão europeu sub-16 há 25 anos

Seleção Sub-16

Hugo Leal, um dos heróis da final de Viena, desfia memórias sobre um torneio onde a Equipa das Quinas não deixou créditos por mãos alheias.

No dia 11 de maio de 1996, há exatamente 25 anos, a Seleção Nacional portuguesa sub-16 orientada por Agostinho Oliveira venceu o Europeu da categoria ao bater a França na final, em Viena, por 1-0, com um golo de Petit (44’).

Um momento inolvidável na vida de qualquer jogador e sem dúvida um marco histórico para o país, até porque no ano anterior a equipa portuguesa, então orientada por Rui Caçador, também saíra vencedora do Campeonato da Europa deste escalão (bateu a Espanha por 2-0 no jogo decisivo).

O percurso incrível de Portugal incluiu ainda duas vitórias (3-0 à Polónia e 2-0 à República da Irlanda) e um empate (2-2 com a anfitriã Áustria) na fase de grupos, seguidas de triunfos com a Croácia (quartos de final, por 5-1) e com a Grécia (meias-finais, por 3-0).

No final, contas fáceis de fazer: 15 golos marcados e apenas 3 sofridos é um pecúlio que dificilmente não resulta em título. Mas, afinal, qual era o segredo desta equipa? Foi isso que fomos saber com o capitão dessa equipa, Hugo Leal.

“Jogávamos muito bem! Recordo-me, por exemplo, que a Croácia tinha uma ótima equipa e nós realmente fizemos um jogo extraordinário. As coisas fluíam com muita naturalidade. Até parecia que havia pouco esforço, mas era porque estava tudo muito bem oleado. Depois, claro, tínhamos futebolistas com muitas valias em todas as posições”, começou por referir o antigo médio criativo que passou por clubes como Benfica, Atlético de Madrid e Paris Saint-Germain, entre outros.

A competição realizada em solo austríaco trouxe sensações novas: “Já tinha a experiência de ter ganho no ano anterior, portanto já ia com expectativas muito elevadas. Tinha também responsabilidades acrescidas porque era capitão e nesse sentido era completamente diferente porque em 1995 fui recrutado à última hora devido à lesão de um colega e não fazia ideia das possibilidades que Portugal poderia ter num Campeonato da Europa. A verdade é que vencemos defender o título também representou uma situação nova. Para mim, fizemos um torneio extraordinário e penso até que o jogo em que não estivemos tão ao nosso nível foi mesmo o da final. Sofremos muito na segunda parte e contámos com um Sérgio Leite que defendeu muito bem a nossa baliza. Claro que foi uma satisfação muito grande trazer mais um título de Campeão da Europa para Portugal”, explicou Hugo Leal.

Nunca se deixa de perguntar a um capitão como foi levantar a taça: “Foi extraordinário! Lembro-me que na altura fizemos uma promessa e rapámos todos o cabelo. Claro que foi uma felicidade enorme levantar o troféu com a camisola da seleção portuguesa, com o escudo ao peito e com o grupo muito unido que nós tínhamos. Acho que não poderia ter tido melhor sensação e não posso ter melhores recordações do que essas”, referiu.

Hugo Leal falou também das repercussões que uma vitória internacional pode trazer aos que a protagonizam: “Trouxe boas oportunidades aos atletas desse grupo porque foi um título falado, que mereceu um destaque público grande. Essa exposição serviu de embalo para algumas carreiras. Eu e o Simão, por exemplo, beneficiámos claramente desse empurrão. Se Portugal era a melhor equipa da Europa, os seus jogadores alguma coisa haveriam de ter. Foi um reconhecimento muito importante.”


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