Estudo assinado por três investigadores da Portugal Football School prova vantagens do "medicamento Futebol" junto de crianças com sobrepeso.
Um estudo divulgado esta segunda-feira, 14 de dezembro, na publicação científica online "Science Direct" prova que "a prática do futebol na escola é uma estratégia eficaz na melhoria dos fatores de risco cardiometabólico em crianças com sobrepeso", explica André Seabra, diretor da Portugal Football School, socorrendo-se do próprio título do trabalho.
André Seabra, João Brito e Pedro Figueiredo são os três investigadores da escola da Federação Portuguesa de Futebol que participaram no estudo, juntamente com outros nove cientistas portugueses.
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"Este estudo teve como principal objetivo avaliar o efeito de um programa de futebol realizado em contexto escolar em fatores de risco cardiometabólico em crianças com sobrepeso. Quarenta meninos com idades entre os 8 e os 12 anos e com sobrepeso foram distribuídos aleatoriamente por um grupo de intervenção e por um grupo de controlo", revela André Seabra.
Vinte das crianças participaram num programa de intervenção com a duração de seis meses, no qual, para além das aulas obrigatórias da disciplina de Educação Física, as crianças tiveram três sessões extracurriculares de futebol por semana (60 a 90 minutos). As restantes 20 crianças fizeram parte do grupo de controlo e apenas se envolveram nas aulas da disciplina de Educação Física.
Após os seis meses, foi possível verificar no grupo de intervenção uma redução significativa do índice de massa corporal, do perímetro da cintura, da gordura corporal, do colesterol total, do colesterol das LDL (o chamado "mau colesterol) e dos triglicerídeos. Verificou-se, ainda, um aumento do colesterol das HDL (conhecido como "colesterol protetor").
No final da intervenção a prevalência de valores normais nas crianças no que respeita a relação cintura-altura, pressão arterial sistólica, colesterol total e colesterol das LDL foi significativamente superior ao registado no início do estudo.
"Estes resultados permitem perceber que a prática de futebol em contexto escolar poderá ser uma forma eficaz, acessível e não farmacológica de tratamento da obesidade pediátrica e da sua comorbilidade cardiometabólica", conclui André Seabra, criador do conceito de "medicamento Futebol" apresentado pela Portugal Football School há quase três anos.
A Portugal Football School, criada em março de 2017, faz parte da unidade de investigação e desenvolvimento da Federação Portuguesa de Futebol e tem como atividade central e dinamizadora a investigação em Futebol, Futsal e Futebol de Praia, sempre em estreita ligação com a oferta formativa que se pretende desenvolver e com as atividades de intervenção comunitária e de apoio às políticas públicas a implementar.
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