JAIME MAGALHÃES: “Muito obrigado a Juca”

Seleção A

18 de novembro de 1981. Portugal, 2 Escócia, 1. Estádio da Luz, em Lisboa

Por mais voltas que se dê, há momentos que ficam para sempre gravados na nossa memória. Na vida desportiva de Jaime Magalhães, que pertenceu à “Geração de Prata” do futebol português, há dois que tomam a linha da frente. “Ter sido campeão europeu pelo FC Porto, em 1987, em Viena, num jogo fantástico contra o Bayern de Munique, e a minha estreia pela seleção principal de Portugal”, destaca o ex-internacional, que defendeu a camisola das quinas em todos os seus escalões, o que representa um “feito único”.

Quando volta atrás, Jaime Magalhães lembra-se muito bem que Juca chamou-o à seleção principal “com apenas 19 anos”, num jogo contra a Escócia, na Luz, que Portugal venceu por 2-1 depois de ter estado a perder. “Sim, fui titular e substituído pelo Diamantino, o meu maior “adversário” na altura, ou melhor, o que mais competia comigo por um lugar no onze, logo seguido pelo Zé Luís”. 

O ex-avançado do FC Porto, clube ao qual regressou 25 anos depois pela mão do bibota Fernando Gomes para integrar a equipa técnica dos sub-15, que soma sete títulos de campeão nacional para além de três títulos internacionais – uma Taça dos Campeões Europeus, uma Supertaça Europeia e uma Taça Intercontinental – no seu currículo, quer deixar registado o agradecimento a Juca, o selecionador que lhe deu essa oportunidade. “O meu muito obrigado a Juca, uma excelente pessoa, e com quem sempre tive uma boa relação”, frisa, esclarecendo que esse jogo de estreia foi de qualificação para o Mundial de Espanha, em 1982. “Não nos apurámos, como é sabido, mas marcámos presença no Mundial seguinte no México. Aliás, esse campeonato do mundo foi o meu ponto alto na seleção”, afirma, apesar de termos sido eliminados logo na primeira fase e do que aconteceu em Saltillo.  

Com a mão na massa, Jaime Magalhães realça, mais de 30 anos depois, que a revolta dos jogadores em Saltillo foi um marco histórico. “As nossas reivindicações só contribuíram para que hoje em dia tudo corra muito bem. O ruído que fizemos foi benéfico para que tudo melhorasse a partir daí, como melhorou em termos de organização, e os resultados são bem visíveis”, sublinha o ex-futebolista que conta com 20 internacionalizações pela Seleção A.

E se o Mundial do México foi o seu ponto máximo na Seleção – “não são muitos os jogadores que se podem orgulhar de terem marcado presença num Mundial” –, já o Europeu de 1984 foi o que mais dissabores lhe causou. “Fiz uma excelente época, fui sempre titular no FC Porto, estive na final da Taça das Taças diante da Juventus, mas não fui convocado. Lamentei bastante, fiquei surpreendido, é verdade, mas compensei dois anos depois ao ser convocado para o Mundial”.

Já à despedida, Jaime Magalhães realça-nos que “nunca senti rivalidades na seleção” entre os jogadores dos três principais clubes, destacando que entre outros havia, sim, um grande respeito. “Eu fiz a ponte entre duas gerações, a do Jordão, entre outros, e a Geração de Ouro, e sempre nos demos muito bem. Na geração que encontrei, por exemplo, eu tratava alguns dos jogadores por senhor. Num dos estágios fiquei no mesmo quarto do Jordão, ou melhor, no quarto do senhor Jordão.”

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