FREITAS: “Não passem a bola ao Freitas!”

Seleção A

10 de maio de 1972. Chipre-Portugal, 0-1. Nicósia.

Já lá vão quase 50 anos, quando o defesa central Freitas, mais conhecido por ‘115’, fez a sua estreia pela Seleção Nacional. Jogava então no Belenenses, treinado pelo argentino Scopelli, e recorde-se desse dia como se fosse hoje. Antes dessa lembrança, uma outra que o marcou até aos dias de hoje. Freitas conta-a na primeira pessoa: “Tanto nos treinos como nos jogos, o Scopelli dizia sempre aos meus colegas: ‘Não, não passem a bola ao Freitas!’ Pelos vistos, não confiava muito na minha técnica (risos)”. O que é certo é que Freitas chegou, precisamente nessa época, à equipa nacional. “A minha estreia aconteceu em 1972, num jogo contra o Chipre, e vencemos por 1-0. Joguei ao lado de Humberto Coelho”, recorda Freitas que, na altura, tinha 24 anos.

O defesa central reconhece que a sua chamada foi “uma grande surpresa”, pois nunca lhe passou pela cabeça chegar tão alto. Certo é que no seu currículo constam nove jogos pela Seleção Nacional e sempre como titular, cumprindo-os na íntegra. Freitas, que hoje em dia gere uma escolinha de futebol, na cidade da Maia, precisa-nos que, no seu tempo, Portugal “nunca se qualificou para nada”. E acrescenta: “Quando jogávamos fora de casa, tínhamos que jogar com 50 defesas para não sermos goleados (risos)”.

Freitas só tem um reparo a fazer neste seu percurso profissional pela Seleção. “Estava convocado para a Mini-Copa do Brasil, tirei as medidas para o fato, tinha a mala pronta, mas à última hora trocaram-me pelo Messias. E sem me terem dado qualquer explicação”.

No seu álbum de boas recordações, Freitas quis partilhar mais uma. “Uma vez fui convocado para a seleção do ‘Resto do Mundo, que defrontou o Brasil. Na minha equipa jogaram o Cruyff e o Figueroa. E sabe uma coisa? Nem olhava para eles… só para eles não me passarem a bola (risos)”.


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