Seleção A

Fernando Santos: "Estes jogadores são apaixonados"

Seleção A

Selecionador Nacional analisa a noite de glória da Equipa das Quinas, destacando a união do grupo e deixando uma dedicatória especial.

O Selecionador Nacional em discurso direto:

"Tenho de agradecer a Deus por nos ter ajudado e guiado, dar os parabéns aos meus jogadores pelo excelente trabalho que realizaram, com a sua paixão e capacidade, e não esquecer a Federação [Portuguesa de Futebol] por nos ter proporcionado condições para continuarmos na conquista dos êxitos.

Depois, de forma particular, dedicar à minha família, e de forma especial à minha mãe e ao meu cunhado, que nos últimos quatro meses têm estado numa situação muito difícil de saúde. Que isto sirva para que recuperem a força e que continuem a assistir a estas vitórias.

Esta é uma prova que, acho, vai vingar forte. Acaba por ser uma competição de toda família da Europa e ser o primeiro vencedor é algo que vai perdurar na história.

É uma alegria pelo povo português, uma alegria termos vencido esta primeira vez, mas temos de continuar a trabalhar e perseguir objetivos.

Sabíamos da qualidade dos médios da Holanda, e da sua qualidade de passe, e mesmo não fazendo uma marcação direta tínhamos de ter essa preocupação. As instruções que tínhamos era que, quando tivéssemos bola, tínhamos de jogar à vontade, e, depois, equilibrar o jogo em termos defensivos, sempre com essa atenção de permitir que os médios deles não jogassem de forma livre.

É uma vitoria do trabalho dos jogadores. Não é fácil, pois o trabalho de seleção e o trabalho de clube não é igual e não há tempo para automatismos.

Mas estes jogadores têm essa capacidade, são apaixonados, vêm para cá com muita alegria, confiam no treinador e eu neles, e isso faz com que dentro de campo interpretem melhor as ideias e joguem com confiança, porque talento e capacidade eles têm.

Depois, é preciso equilíbrios na equipa, e eles hoje, tal como no Euro, fizeram isso bem. Fomos equilibrados no plano defensivo, mas também ofensivamente, porque criámos várias, e as mais flagrantes, oportunidades de golo.

Não fomos só uma equipa que soube defender bem, também atacámos bem, e isso fez a diferença.

Não gosto de falar de mim, ‘presunção e água benta, cada uma toma a que quer' e eu não quero tomar muita. A apreciação da prestação tem de ser feita pelos jornalistas e pelo povo. O que vou levar da Seleção Nacional e do futebol português é o carinho que sinto na rua, e que, desde 2016, se expressa com o obrigado.

[A conquista de um segundo troféu internacional] Deixa uma marca enorme, e para sempre, no futebol português, e num espaço curto. Estar presente em quatro fases finais, e ter três meias-finais, e mesmo com o campeonato do mundo a não ter corrido dentro do esperávamos, a verdade é que esta equipa marca o futuro.

Se olharmos para os brilhantes jogadores de 2016, talvez a maioria já não esteja aqui. Há um processo contínuo de evolução, há um enorme trabalho na formação, e o futuro está assegurado.

Esta alegria é para o povo, pelo apoio que sempre nos deram. Destaco também a claque, pois nem sempre concordando com as atitudes das claques, na realidade são fundamentais, e ainda hoje houve momentos do jogo em que as coisas pareciam que estavam a acalmar, e a claque empolgou o estádio, e a equipa também respondeu. Foi importante.

A Seleção Nacional é a representação do povo, mais que os clubes, e sendo hoje véspera do dia de Portugal, amanhã [segunda-feira], em todo o mundo, este dia vai ser mais risonho porque ganhámos.

O meu desejo na vida é de união, paz e convivência entre todos, e, por isso, fico muito contente se estes êxitos forem motivo de harmonia entre todos os portugueses."


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10 de Junho 2019
Foto

Francisco Paraíso/FPF

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