PFS participa em artigo sobre carreira do jogador português

Portugal Football School

Bruno Travassos é o representante da Federação Portuguesa de Futebol na equipa de autores do artigo publicado no âmbito do doutoramento de Tarantini.

Bruno Travassos (fisiologista das Seleções de Futsal e orientador de Doutoramento na Universidade da Beira Interior – Covilhã e Centro de Investigação em Desporto Saúde e Desenvolvimento Humano de Vila Real) é co-autor de um artigo científico intitulado "Identification of key career indicators in Portuguese football players" publicado na ‘International Journal of Sports Science & Coaching’, publicado no âmbito do doutoramento do atleta português Tarantini.

Para além de Bruno Travassos e Tarantini, este artigo foi realizado com a colaboração de investigadores de instituições prestigiadas: Diogo Monteiro da Escola Superior de Desporto de Rio Maior e do Centro de Investigação em Desporto Saúde e Desenvolvimento Humano de Vila Real, Célia Nunes do Departamento de Matemática e Centro de Matemática e Aplicações da Universidade da Beira Interior e Miquel Torregrossa, do Departamento de Psicologia Básica da Universidade Autónoma de Barcelona. 

O estudo procurou perceber quais os indicadores-chave de carreira de futebolistas portugueses e suas implicações no processo de retirada do futebol. 

Bruno Travassos, um dos autores da publicação, reforçou a importância deste artigo: "Tendo por base a carreira desportiva de cerca de 3500 jogadores de futebol, este trabalhou procurou testar, através de um modelo criado para o efeito, o peso de alguns indicadores de carreira desportiva, no nível de abandono dos jogadores de futebol. Dados como o número de épocas, de jogos realizados nos séniores, número de jogos realizados no ano do abandono e idade em que ocorreu o melhor resultado da carreira, permitem explicar o nível de abandono dos jogadores de futebol. Esta é uma problemática bastante relevante para os atletas, pois verifica-se que em muitas situações os jogadores tendem a prolongar a sua carreira o mais possível apenas para se manterem em atividade, não percebendo as implicações dessa decisão. De facto esta decisão poderá ser contraproducente, uma vez que por cada ano a mais a probabilidade de terminar a carreira como profisssional diminui 26.9%. Em sentido inverso, por cada jogo a mais enquanto sénior ou por cada jogo a mais no último ano de carreira, a probabilidade de terminar como profissional aumenta. Estes resultados podem servir como indicadores de carreira desportiva para que os jogadores redefinam algumas prioridades na sua carreira.” 

Também Tarantini falou ao fpf.pt sobre o artigo: “A minha tese de doutoramento tem a ver com desenvolvimento e transições de carreira. Em Portugal existe muito pouco sobre esta temática, por isso decidi começar a investigar mais sobre isto. Fiz uma parceria com a plataforma ZeroZero, trabalhando em conjunto com a base de dados deles de forma a conseguirmos quantificar e qualificar o percurso de um jogador de futebol em Portugal. Este trabalho, mais concretamente, é um grão de areia que procura acrescentar o que é esta caracterização e o perfil do jogador português a atuar no nosso país. Consegui quantificar certas variáveis que têm peso nos jogadores no momento da retirada. Por exemplo, qual é o peso que tem o primeiro ano de sénior no final da carreira? Por exemplo, se um jogador começar a jogar logo no futebol de elite, isso significa que tem mais percentagens de acabar a carreira como profissional. Tal como esta, existem outras variáveis que se devem ter em consideração, num estudo que abrangeu jogadores entre 1950 e 1989. Este artigo já está publicado e o segundo está a caminho. Na Universidade da Beira Interior, local onde estou a tirar o Doutoramento, a tese é feita desta forma: publicámos três artigos em níveis diferentes de revistas e no final há uma compilação que vai dar corpo à tese de doutoramento. É diferente do modelo mais clássico.”

O artigo pode ser consultado aqui.


;

Notícias