O pivô do Portimonense é enfermeiro nas Urgências do Hospital de Portimão. À espera de ser pai, garante que o melhor ataque é jogar à defesa.
André Rochato, de 29 anos, é pivô da equipa de futsal do Portimonense há cinco temporadas, mas desta vez alerta para que se jogue à defesa para travar a tendência crescente e evitar mais números chocantes.
“Trata-se de uma situação muito complicada esta que vivemos. As notícias que nos chegam todos os dias da Europa e do Mundo deixam-nos tristes. Vemos a evolução nos outros países e felizmente não estamos nessa situação, mas sabemos a tendência é piorar. Vivemos momentos de expetativa. É fundamental que as pessoas cumpram as normas da Direção Geral de Saúde (DGS) que são amplamente difundidas pelos órgãos de comunicação social para que possamos combater o aumento dos números, pois a evolução no Mundo tem sido chocante.”
Enfermeiro no Serviço de Cuidados Intensivos do Hospital de Portimão há quatro anos, encontra-se a viver afastado da namorada que se encontra grávida de cinco meses (20 semanas) conta ao fpf.pt como está a viver, também como profissional, estes dias.
“Do ponto de vista pessoal tenho vivido alguns dias complicados. Encontro-me atualmente, quase há uma semana, a viver isolado num hotel perto do hospital de forma a não ser uma possível fonte de contágio para a minha família. A minha namorada está grávida e a viver sozinha, num momento que é especial para nós dois. Estamos afastados, mas por um lado é bom saber que com ela está tudo bem. Vou apoiando com as compras, mas é difícil estamos longe um do outro neste momento. Falamos nas redes sociais, mas não é mesma coisa que estar com ela. No entanto, todos sabemos que tem de ser assim.”
A lidar com infetados, Rochato espera que a situação não se agrave e que não venha a faltar material.
“Em Portimão não há muitos casos. Só lidei com dois casos, mas há serviços e outros hospitais que têm mais casos, pois existem diversos infetados no Algarve. Lido diretamente com doentes infetados quando estes necessitam de suporte respiratório através de ventilador. Temos proteções individuais e todos esperamos que estas não venham a faltar, pois são cada vez menos as existentes.”
O irmão, também enfermeiro, pondera também o isolamento da família e deixa alerta para que todos fiquem em casa,
“O meu irmão é enfermeiro na Urgência Pediátrica e também pondera o isolamento. Vive com a mulher e o filho de dois anos, mas, eventualmente, também terá de sair de casa. Os meus pais também estão isolados, como no fundo deveríamos estar todos. São momentos complicados, mas todos precisamos de respeitar. Mais que virem para as janelas aplaudirem os profissionais de saúde, é necessário que as pessoas cumpram com as recomendações da DGS. Aqui não vemos muitas pessoas a circular nas ruas, mas ainda bem que as autoridades evitaram que muitas pessoas viessem dos centros das grandes cidades para as suas casas de férias. É fundamental cumprir as regras de isolamento para combatermos um maior contágio. Esta é uma situação grave e temos de evitar a situação gravíssima que aconteceu em outros países. Este é o momento para as pessoas estarem isoladas em família, protegendo-se a si e aos seus. Quem tem essa possibilidade deve aproveitar para conviver, pois por vezes só têm essa oportunidade nas alturas festivas como no Natal ou na Páscoa.”
A atividade no clube foi interrompida, mas o contacto à distância mantém-se.
“Já não estou com os meus colegas há bastante tempo. Tenho estado em contacto com o clube e feito treinos em casa. Aproveito para correr perto do hotel em que estou instalado, pois há boa condições nas imediações, mas a trabalhar 12 horas por dia não é fácil manter a forma física.”
Recomendações para prevenir o COVID-19.
Mantenha a atividade física.
Preservar a saúde mental.
A FPF considerou, desde o início da pandemia do COVID-19 ser sua obrigação o lançamento de várias iniciativas de apoio à comunidade desportiva assim como o comprometimento total com as suas responsabilidades sociais. Saiba mais aqui.