Futebol Praia Masculino

Concorrência saudável na baliza

Futebol Praia - Seleção A

Tiago Petrony e Elinton Andrade traçam objetivos para o Mundial e revelam segredos do seu ofício. Veja o vídeo da dupla entrevista.

Tiago Petrony estreou-se na Seleção Nacional de futebol de praia em 2013; Elinton Andrade fê-lo um ano mais tarde. Os donos da baliza da Equipa das Quinas assumem estar nas Bahamas com um objetivo concreto: revalidar o título conquistado no Campeonato do Mundo de 2015.

"Estou ansioso para que comece [o Mundial]. Sinto que estamos bem preparados. Temos um objetivo bem definido e vamos fazer tudo para o concretizar", afirma Petrony, prometendo "muita ambição, entrega e luta" da parte dos comandados de Mário Narciso, que cumpriram esta quinta-feira mais um treino em Nassau, sob o olhar atento de uma dezena de jovens guarda-redes, com idades entre os 11 e os 17 anos.

Para Elinton, o ano de 2015 "foi um momento mágico". "O que aconteceu em Espinho foi marcante. Queria sentir isso novamente, aqui nas Bahamas. Vamos disputar este Mundial com os 12 Campeões do Mundo. Vamos com a mesma energia, o mesmo entusiasmo e a mesma força, apesar de não termos cá os nossos adeptos", refere.

Apesar das semelhanças no grupo de trabalho, Elinton não tem dúvidas de que houve "uma evolução" no jogo luso. "Não estagnámos. Temos muitas surpresas para mostrar. Vamos lutar muito e, se Deus quiser, estaremos a defender o nosso título na final de 7 de maio", explica o guardião luso-brasileiro.

A uma semana do arranque do primeiro jogo de Portugal, frente ao Panamá, os dois guarda-redes mostram-se empenhados em jogar de início, mas asseguraram que a concorrência pela titularidade na baliza "é saudável". 

"Quando me perguntam na rua, nunca digo que sou titular. Posso jogar de início no primeiro período e o Petrony pode jogar o segundo. É diferente do futebol de 11, onde já fui suplente e sei como era difícil ser chamado. Só em situações extremas é que o suplente joga", frisa Elinton Andrade, contando que "em 23 anos de carreira no futebol" fez muitos amigos na posição de guarda-redes. Um deles é Petrony.

"Nos meus dois anos de experiência no futebol de praia, aqui na seleção portuguesa, esta dupla carregou e ganhou muitos títulos. Acredito que ainda vamos atrair muita coisa boa", reforça o luso-brasileiro.

Já Petrony admite que a luta pela titularidade "vai ter que existir sempre". "Porque é isso que nos faz crescer individualmente. O Elinton tem jogado mais vezes do que eu, ultimamente. Se ele se mostrasse acomodado, não iria evoluir. Estamos aqui com foco total, empenhados em mostrar o máximo das nossas capacidades. Tudo para dar dores de cabeça ao 'mister' [Mário Narciso]", justifica o guardião do Sporting CP. 

Na entrevista dupla à FPF360TV os guardiões, que iniciaram a carreira no futebol de 11, garantem que os guarda-redes desempenham um papel mais importante no futebol de praia. 

 "Um guarda-redes na praia está sempre em jogo e contribui para grande parte dos golos. E tem de ter mais técnica, porque a bola não pode estar no chão muito tempo. É preciso técnica para deixá-la mais no ar e com qualidade", afirma Petrony, considerando que "a precisão é muito importante na reposição da bola": "É preciso analisar numa fração de segundos qual o colega em melhor posição".

Já Elinton confia na "ajuda dos apanha-bolas" que estão atrás da sua baliza.  "Antes do jogo, converso com eles e peço-lhes para acelerarem o jogo. Por vezes não gasto os quatro segundos que os regulamentos nos dão para repor a bola. O meu estilo é a aceleração", prossegue.

Na hora de escolher o destinatário da bola, Elinton revela preferência pelos pivôs: "São quase sempre a minha primeira opção, em noventa por cento dos casos:  o Zé Maria, o Belchior e o Léo Martins".

Autógrafos e fotografias

O treino da armada lusa na manhã de quinta-feira ficou marcado pela presença animada de uma dezena de crianças, com equipamento de guarda-redes vestido e provenientes de um campo de férias para praticantes de futebol: o All for Jesus Soccer Camp.

No final dos preparos, os internacionais portugueses distribuíram autógrafos e simpatia, sobretudo os donos da baliza lusa, os mais procurados pelos pequenos jogadores.

Panamá em análise

A comitiva lusa aproveitou o dia de quinta-feira para analisar jogos do Panamá, adversário que vai defrontar na jornada inaugural da fase de grupos, a 28 de abril.

O grupo comandado por Mário Narciso ficou a conhecer as jogadas-padrão da formação da América Central, bem como o posicionamento e as características dos futebolistas panamianos.

Depois do Panamá, Portugal medirá forças com Paraguai (30 abril) e Emirados Árabes Unidos (2 maio). Qualificam-se para os quartos-de-final os dois primeiros classificados de cada grupo. O vencedor do grupo da Equipa das Quinas cruzará com o segundo classificado do grupo D e o segundo classificado do grupo C encontrará o primeiro classificado do grupo D. 

As meias-finais estão marcadas para o dia 6 de maio e a final será disputada no dia seguinte, a 7 de maio.


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20 de Abril 2017
Foto

FPF/Diogo Pinto

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